São Paulo - Desde sexta-feira, 19, São Paulo é palco da ação #NãoSomosEscravosdaModa. O evento discute o trabalho escravo contemporâneo na indústria de confecção. Na segunda (22), especialistas e personalidades se reuniram para abordar a cadeia produtiva da moda e o desrespeito aos trabalhadores em cada fase do processo.
Na cadeia produtiva da indústria têxtil, a marca terceiriza todo o processo de produção. Inicialmente, é contratada uma confecção, que realiza pesquisas de tendências e modelagem e então, a produção fica por conta das oficinas de costura. O trabalho escravo acontece nessas oficinas pulverizadas.
“Embora a legislação permita a terceirização irrestrita, a lei ainda exige que quem vai executar o serviço precisa ter idoneidade econômico-financeira, uma estrutura física para respeitar o direito dos trabalhadores. A partir do momento que ela escolhe terceirizar, ela é responsável por quem ela contrata, ela tem culpa por eleger mal quem ela contratou e por não acompanhar a execução desse contrato”, defendeu a procuradora do MPT Tatiana Leal Bivar.
Durante a conversa, destacou-se a importância do consumidor se atentar quanto o processo de produção e a transparências da empresa. No Brasil, existe o movimento Fashion Revolution, que avalia se as empresas disponibilizando suas políticas, governanças, procedimentos e condutas. Em 2018, o resultado comprova que ainda há um longo caminho a ser percorrido a favor do processo de transparência da produção, visto que nenhuma marca pontou mais que 60%.
A apresentadora Fernanda Paes Leme, destacou a importância da conscientização do cliente. “É muito importante a gente falar sobre isso. A responsabilidade também é de quem consome. A gente precisa se perguntar quem fez a roupa e cobrar mais transparência das empresas”.
A mesa redonda contou com a participação da apresentadora Fernanda Paes Leme, da diretora de redação da Vogue Brasil Daniela Falcão, da modelo e digital influencer Paola Antonini, do cantor Silva, da Fashion Revolution Elô Artuso e das procuradoras do MPT Christiane Vieira e Tatiana Leal Bivar.
