Antônio Pereira escreveu:
Amigo Davi,
Nesta semana tão importante de minha vida, em que tomo posse no cargo de Procurador do Trabalho, encaminho meu depoimento aos estimados amigos do GEMT, a quem devo boa parte de minha aprovação. Muito obrigado por tudo. Forte abraço.
Depoimento:
"Concurso público é uma maratona. Não se conclui uma maratona da noite para o dia. Vencê-la pressupõe afinado preparo técnico, inteireza psicológica e boas doses de autoconfiança, perseverança e fé. O mundo do concurso público nos traz níveis similares de exigência e, ainda, iguais crises de incerteza e desconfiança. Batalha-se toda uma vida à busca de um sonho que aguarda distante, não se sabe ao certo o quanto, residente num espaço do imaginário que é nosso. Não é fácil manter-se em pé. Incontáveis são os desvios de percurso e as ladeiras que nos são postos à frente. Mas, meus amigos, sonhar é preciso. Lutar, também. Não há sonho construído sem lágrima. E, acreditem, nada é mais recompensador que a indecifrável sintonia entre o c horo e a alegria da vitória, que, juntos, fazem todo o suor derramado e as crises de fé levantadas ao longo do caminho terem valido a pena.
Nesta semana, completo o ciclo do sonho pelo qual batalhei durante aproximadamente 2 anos e meio. Tomo posse no cargo de Procurador do Trabalho. Escrevo, assim, as presentes palavras aos eminentes colegas e amigos do GEMT, em tom de agradecimento pela determinante colaboração durante minha trajetória.
Alimentei meu sonho aos poucos. Primeiro, a paixão pelo Direito do Trabalho, no qual descobri o elevado potencial de transformação social ainda durante a faculdade. Depois, o contato diário com a instituição Ministério Público, a partir de quando passei a me dar conta da relevante missão constitucional confiada ao Parquet brasileiro, a de ser um incansável guardião da ordem jurídica pátria e defensor dos interesses metaindividuais.
Resolvi iniciar meus estudos específicos voltados ao MPT em janeiro de 2012, meses antes de ser publicado o edital do 17º Concurso Público para provimento de cargos de Procurador do Trabalho. Naquele certame, muito em função de minha experiência prévia em concursos para tribunais, consegui aprovação na fase objetiva, o que me permitiu fazer as provas discursiva e prática. Contudo, tinha consciência de que o rápido tempo de preparação e a pouca experiência prática tornavam a aprovação nas fases escritas mais dificultosa. De fato, não consegui êxito na fase discursiva.
Àquela altura, em meados de julho de 2012, busquei exercer um juízo crítico de autorreflexão. Reservei alguns dias para assimilar a dor da derrota, calcular os erros cometidos e, em especial, definir o que se fazer daqui pra frente. Da derrota veio a lição de que, de um modo ou de outro, seria preciso seguir em frente.
Cheguei à conclusão de que tinha a meu favor o intenso ritmo de estudos para concursos de tribunais, nos quais se exige bastante legislação seca, como ponto positivo para a fase objetiva, e, ainda, algum estudo sobre as matérias específicas, cobradas com maior ênfase nas fases práticas, que havia obtido durante a preparação para o 17º Concurso. Mas seria preciso reforçar a pouca experiência na resolução de questões subjetivas e na elaboração de peças jurídicas na área trabalhista.
Conheci o GEMT, por acaso, em outubro de 2012. Não tinha dimensão da importância que aquele grupo de estudos teria em minha aprovação. Afirmo, sem dúvida, que escolher o Grupo de Estudos da Magistratura do Trabalho foi a melhor decisão que tomei durante minha preparação.
Logo percebi que o grupo, ao aliar discussões jurídicas de qualidade e extrema sabedoria e rigor na sugestão e correção de questões, bem proporcionou a potencialização do conhecimento prático necessário à aprovação nas fases escritas, pelo acesso não apenas a excelentes feedbacks proporcionados pelos Procuradores do Trabalho colaboradores como ainda às melhores respostas apresentadas pelos colegas. Foi uma verdadeira fonte do saber.
Até a aprovação final, em maio de 2014, matriculei-me no Curso Regular MPT e no Curso Intensivo MPT do GEMT, voltado especificamente para o 18º Concurso. Nesse último, no particular, pontuo não apenas a qualidade das correções e dos temas discutidos, como também a precisão da Dra. Fabíola de ter cobrado a resolução de uma ação rescisória em uma das rodadas, que foi a peça prática exigida pela banca do concurso, de forma inédita. Ainda, destaco as inúmeras orientações e conversas que com ela tive durante o intensivo para a etapa oral. Aproveito para registrar, aqui, meus especiais agradecimentos aos ilustres Procuradores Paulo Douglas e Paulo Veloso, de quem ouvi as primeiras críticas e sugestões, e à Dra. Fabíola, de quem terei a honra de ser colega de Regional.
O Grupo me proporcionou, ainda, o contato com as brilhantes respostas publicadas nas rodadas. Lê-las foi imprescindível à construção e maturação de raciocínio jurídico sobre os mais variados temas. Não posso deixar de agradecer, portanto, aos colegas gemtinianos, a quem devo parte importante de minha preparação.
Deixo, assim, um especial agradecimento, do fundo do coração, ao Davi, à Ciça e à Hevelin, que, ao coordenar e executar diariamente esse fabuloso grupo de estudos, proporcionam um valioso ferramental à construção de sólidas pontes entre sonhos ainda distantes e a tão sonhada aprovação.
Vencer, meus amigos, a verdadeira maratona que é o concurso público não exige genialidade, mas fé, dedicação, força de vontade e perseverança. Não há roteiro preestabelecido da vitória. Nem perfil único de vencedores. Vale sonhar alto, mas é preciso batalhar, com os pés no chão, pela meta almejada. E, quando a alma fraquejar, não esqueçam que, como disse o grande Renato Russo, o sol volta amanhã, mais uma vez, pois quem acredita sempre alcança.
É isso, meus amigos. Contem comigo sempre.
Abraço fraternal,
Antônio Pereira Nascimento Júnior"
