Curso para Concurso de Juiz do Trabalho e de Procurador do Trabalho.
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Depoimento

Felipe Jakobson Lerrer

Agora Juiz do Trabalho e um dos mais brilhantes participantes da história recente do GEMT, Felipe Lerrer (Porto Alegre/RS) envia belo depoimento aos Gemtianos e afirma: "Só quando comecei a me dedicar mais ao grupo comecei a ultrapassar as segundas fases com tranqüilidade. Além disso, desenvolvi um senso crítico que eu até então não tinha".

Felipe escreveu:

Posso dizer que minha trajetória profissional (que já não pode mais ser adjetivada de curta, infelizmente, pois completo treze anos de formado semana que vem...rsrsrsrsrs) é marcada pelo esforço, mas, especialmente, por uma sucessão de felizes casualidades.

Isso me fez ver que o que somos é sempre o resultado de como lidamos com as mudanças pessoais e profissionais que a vida nos impõe.

Tive o privilégio de, ao longo da faculdade e logo após a conclusão da graduação, no exercício da advocacia, trabalhar com pessoas extremamente corretas e qualificadas, com o que desenvolvi o gosto pelo estudo e pela busca de aperfeiçoamento.

Em 2006, em uma reestruturação decorrente da perda de um cliente grande do escritório no qual eu trabalhava havia quase quatro anos forçou-me a trocar de emprego.

No novo escritório (no qual conheci minha esposa e fiz amigos para a vida toda), em poucos meses ainda me ambientando a algumas novidades próprias de qualquer troca de emprego, civilista que eu era, recebi um convite para trocar de equipe e acompanhar as ações de indenização por acidente do trabalho, ainda em fase de migração da justiça comum para a trabalhista.

E assim fui eu parar na Justiça do Trabalho.

Fiquei impressionado com a celeridade das ações trabalhistas e, pelo contato com os colegas, comecei a tomar gosto pela matéria.

Então, em meados de 2008, decidi me desligar da advocacia e investir na carreira pública, com a escolha já definida pela Magistratura do Trabalho.

No começo da caminhada, mesmo já tendo experiência e algumas pós-graduações, ouvi de um querido professor e amigo a seguinte frase: “em concursos como o que escolheste, demora-se dois anos para se tornar candidato.” Ele estava rigorosamente certo.

Apesar de ter trabalhado desde 2009 como professor universitário (o que não deixava de ser um estudo), com uma carga horária razoável, tive um caminho bastante gradual até a aprovação, para a qual o GEMT foi, sem dúvida, fundamental.

Conheci o grupo em 2009, por acaso, fazendo uma pesquisa na internet. Ingressei em abril e, ao longo deste ano, comecei, gradualmente, a participar enviando respostas e lendo as rodadas. Com isso vi que o nível exigido para uma aprovação em segunda fase é, realmente, altíssimo.

É uma constatação: basta consultas rodadas de 2010, 2011 e 2012 para ver que grande parte dos autores das respostas selecionadas já alcançou a aprovação.

Consegui ultrapassar a primeira fase no quarto concurso, a segunda também na quarta oportunidade em que a prestei e a terceira fase na quinta vez em que a alcancei.

Passaram-se, até a minha aprovação, exatos cinco anos, mas posso afirmar que cada dia valeu a pena. Já estou fazendo audiências e a sensação de tomar contato com as partes e com os advogados agora na condição de julgador é de realização e de que era isso mesmo que eu queria.

No caminho, fiz grandes amigos e impressionei-me com a solidariedade que a dificuldade e o alto grau de exigência criam entre os candidatos. Não queria referir nomes, mas os de dois brilhantes e fraternos colegas não posso deixar de citar, pois foram imprescindíveis nas minhas vinte e quatro horas anteriores à prova oral: os também gemtianos Maurício Graeff Burin e Luiz Filipe Duarte, a quem serei eternamente grato.

Quanto aos estudos, se eu puder dizer algo aos colegas que ainda estão na luta, penso que as palavras chave são (i) repetição, (ii) identificação de pontos fracos e busca constante pela sua eliminação e (iii) preocupação permanente com todas as fases do certame, já que, quem nunca foi servidor, como eu, não aprende a fazer sentença em dois meses.

Mesmo aquelas leis mais difíceis e de leitura menos prazerosa têm que ser lidas até que o seu conteúdo seja compreendido e, às vezes, por que não dizer, decorado.

Entendo que, mesmo que a leitura da doutrina, das notícias e de informativos seja fundamental, não se consegue ultrapassar a segunda fase sem escrever. Para mim deu resultado imprimir provas de alguns concursos e resolvê-las em quatro horas, com cronômetro e procurando não interromper (às vezes é fundamental procurar uma biblioteca), pois só assim aparecem os problemas de cansaço, de má leitura e de desatenção. Muitas vezes a gente pensa que escreveu uma coisa e, quando relê o que colocou no papel, não disse. É isso que tem que ser trabalhado.

Para mim, na segunda fase, a participação (mesmo que intermitente) e a leitura (essa sim, permanente e obrigatória) nas rodadas semanais foi imprescindível. Só quando comecei a me dedicar mais ao grupo comecei a ultrapassar as segundas fases com tranqüilidade. Além disso, desenvolvi um senso crítico que eu até então não tinha.

O mesmo vale para a sentença. O jeito de passar é um só: fazer, fazer, fazer, fazer e fazer. Tive tendinite ano passado e precisei até me medicar e parar de escrever por alguns dias para evitar que o problema se agravasse. As dicas dos intensivos, igualmente, foram-me extremamente úteis, e aqui deixo um agradecimento à Roberta Carvalho (que me fez ver que a argumentação tem que ser profunda mesmo nessa fase) e ao Luciano Brisola (por me mostrar que uma decisão judicial tem que ser assertiva e segura – “pare de especular, a segunda fase já passou” – sábia dica).

O GEMT foi fundamental e certamente será minha fonte de atualização permanente.

E quanto aos concursos propriamente ditos, o que penso que posso dizer aos colegas é que não se dêem “prazo prá passar”, que não se comparem, pois cada um tem sua história e suas qualidades e características pessoais e, claro, que não desistam mesmo que a vitória pareça distante. É uma corrida de resistência, não de velocidade. Quedas e reprovações inesperadas são normais, conquanto indesejáveis, mas o importante é vê-las como uma parte do trajeto rumo à vitória.

Esse longo texto é um breve resumo da minha caminhada e o pouco que eu tinha a dizer aos colegas.

Quero aproveitar para agradecer a ti, Davi, pelo excelente trabalho à frente do grupo, e também à Ciça e à Hevelin, pela atenção e pelo apoio.

Vamos mantendo contato.

Abraços a todos,

Felipe Jakobson Lerrer

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