Curso para Concurso de Juiz do Trabalho e de Procurador do Trabalho.
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Depoimento

Paulo Roberto Dornelles Junior

No mais completo e sincero depoimento em quase 12 anos da riquíssima história do GEMT, Paulo Roberto Dornelles Júnior (Porto Alegre/RS - agora Juiz no TRT14 e no exame oral do TRT08) dá uma verdadeira lição de vida e dicas preciosas para quem quer chegar lá!

Juiz Federal do Trabalho Paulo Roberto escreveu: "Eu queria agradecer uma pessoa. Uma pessoa que, igual a mim, concluiu que passar nesse concurso dependia de estratégia. E criou um grupo de amigos para partilhar respostas de segunda fase. Esse grupo cresceu um pouquinho e virou um curso. Esse sujeito decidiu que a vida dele seria melhor ajudando os outros. Hoje ele é muito bem-sucedido e merece tudo o que conquistou. Ele sabe que isso não é bajulação. É porque penso mesmo. Dele e de toda a sua equipe maravilhosa: Ciça, Hevelin e demais. Davi, muito obrigado. Mesmo. Te devo um churrasco".

VOCÊ CONSEGUE

Essa história eu dedico ao Junior, que uma vez correu de relâmpagos nas dunas de Cidreira.

I - EU NUNCA VOU FAZER GEMT

Era um grupo de umas sete pessoas, a maior parte do Rio Grande do Sul. Estávamos em alguma praia do nordeste, para a primeira ou segunda fase do concurso de Juiz do Trabalho. Entre os presentes, estavam duas colegas muito estudiosas, uma delas determinante para eu vir a integrar o GEMT: Márcia Mucenic. Conversando, eu notava que as colegas estavam bem mais avançadas do que eu no estudo. Livros que haviam lido, cursos que faziam, etc. Eu mesmo já havia feito um curso ou outro. Então não me causou nenhuma surpresa ao ouvir falar desse tal de GEMT. Eu recordo de ter ouvido o nome e pensado, imediatamente: eu nunca vou fazer GEMT. Só mais um cursinho, eu pensava. Mas não era exatamente isso. Eu vou contar para vocês como eu mudei de idéia.

II - O INÍCIO DA JORNADA

Tudo na vida fica mais fácil com boas companhias. Para minha sorte, fui agraciado com grandes amigos e uma esposa incrível, que sempre estimulou o estudo focado na aprovação. Dentre esses amigos e parceiros de jornada, eu tenho que lembrar do Bernardo Frigeri, hoje Juiz no TRT15. Fomos colegas de faculdade e, depois, de gabinete no TRT4. Juntos decidimos fazer um curso extensivo telepresencial. Mas ele foi determinante para iniciar, de fato, a jornada. Ele que insistiu comigo para fazer o primeiro concurso de Juiz do Trabalho, no TRT2, se não me engano no final de 2011. Fiz a prova e, para minha surpresa, quase fui aprovado. Faltaram duas ou três questões, para uma nota de corte de 78. Eu vibrava de euforia: era possível!

Ah, já aprenda isto: vibre com as vitórias, por menores que pareçam. Nunca olhe o lado ruim. Nunca! A Beatriz Bernardon, minha amiga hoje também Juíza, sabe bem disto, de tanto que eu insisti nisso.

Mas como eu cheguei a esse resultado próximo da aprovação?

O curso extensivo que mencionei foi útil, claro, mas não foi suficiente. Pouco antes deste concurso, eu havia estudado muito para o concurso de analista do TRT4. Eu não tinha muito tempo para estudar, e nem paciência para decorar tanto dispositivo de lei. Então o método que adotei, e que foi essencial para avançar nos concursos que vieram depois, foi resolver um número incontável de questões objetivas e anotar em folhas resumos dos pontos mais recorrentes em sobre os quais eu mais tinha dificuldade. Guarde essa informação, vou falar dissomais adiante.

Depois deste concurso, segui prestando outros. O imediatamente sucessivo foi do TRT do MT. Neste fui aprovado na primeira fase. Servidor de gabinete e leitor voraz, eu acreditava que não teria maiores dificuldades para obter a aprovação na dissertativa e na sentença. Viajei alguns dias antes para MT e fiz um cursinho pré-prova. Estava bem tranqüilo. E tomei um tombo inesquecível.

III - NÃO SE ILUDA

Não se iluda. A dissertativa e a sentença são provas que exigem técnicas específicas. Eu havia desenvolvido uma técnica para a primeira fase, e acreditava que para a segunda bastaria minha capacidade de redação e os estudos prévios. Foi um erro realmente grande. Na hora da prova, senti tensão, dificuldade para entender as questões com rapidez, uma necessidade de escrever compulsivamente e sem organização, para responder logo. O resultato prático foi uma nota 4. Uma espécie de conselho da banca: você tem conteúdo e sabe escrever, mas trate de estudar e treinar para isto.

Ocorre que, no mesmo final de semana, fiz também a prova de sentença. Esta sim eu posso dizer que foi um choque. Uma enormidade de questões processuais, preliminares, que demandariam respostas rápidas e prontas. Eu não as tinha, nem perto disto. Então travei no meio da prova. Lembro de ter pensado em desistir, em sair da sala e fugir. Pensei nisso muito tempo. Até que lembrei que não tinha nada a perder. E fiz o que consegui da prova. Não consegui concluir e fiz muita coisa errada. Definitivamente, eu estava longe da aprovação. Mas como resolver isso?

IV - ESTUDE COM INTELIGÊNCIA

Estudar com inteligência é estudar com objetivos. O que você pretende ao prestar um concurso público? Ser aprovado. Você não pretende ser doutrinador, lutador de jiujitsu ou dançarino de balé. Você quer ser aprovado.

Então eu pergunto: como você faz para ser aprovado?

Quase todas as pessoas dizem que estudam. Ótimo, está certo, estudar é bom e não engorda, em tese. Mas será que é suficiente?

É claro que não. Você precisa conhecer detalhadamente cada centímetro do concurso público e descobrir, em detalhes, o que a banca espera de você. Se você não souber isso, em síntese, se você não pensar o concurso, refletir sobre ele, você pode até passar, mas isso vai demorar um pouquinho. Ou um poucão.

Então vamos à verdade, ok?

V - PARE DE SE ILUDIR

Você já passou na primeira fase? Se presta concurso há muito tempo e não passou, desculpe, mas você está mentindo para si. Você está se sabotando. Ah, você deve estar pensando que não é bem assim, que algumas pessoas decoram tudo e têm uma memória fenomenal, que você não tem e sabe raciocinar, etc. Se você realmente tem essa qualidade de saber raciocinar, meus parabéns. Mas, quanto ao resto, receba o recado: você está mentindo para si.

Eu tenho enormes dificuldades para lembrar datas de aniversário. Não sei a dos meus pais e nem dos meus irmãos. Dependo de agendas e coisas do tipo. Quase tive que tatuar a data de aniversário da minha esposa, ou seria açoitado. Então, sinceramente, não exatamente sou um primor de capacidade de decorar informações.

Mas eu passei em incontáveis primeiras fases, obtendo colocações extraordinárias em algumas delas - primeiros lugares mesmo, inclusive em Tribunais considerados impossíveis ou muito concorridos.

Para conseguir isso, eu tive que decidir parar de me iludir. Ou seja: me testar. Raciocine: a única forma de realmente saber se você aprendeu alguma coisa é fazendo testes. Como saber se eu aprendi? Testando ferozmente. No caso da primeira fase, isso é bastante simples: você resolve questões e compara o gabarito. No caso das demais fases, isso é um pouquinho diferente. Eu vou explicar como funciona. Não me apresse!

VI - AS FASES DO CONCURSO

Vamos mapear esse negócio chamado concurso público para Juiz do Trabalho Substituto e entender o que é necessário para cada etapa. De uma forma bastante simples e direta. Muitas pessoas vão dizer que existem vários caminhos, etc, que é possível fazer de diversas formas. Talvez existam. Mas esta que eu vou explicar funciona é rápida e segura. Eu explorei cada centímetro do concurso, li centenas de páginas de dicas de aprovados, livros sobre o assunto, dicas de áudio do grande Davi e cheguei a esta síntese. É quase um método. O Método PRDJ. Então vamos lá:

1a fase: resolva questões e elabore resumos. Resolva incontáveis questões de primeira fase. O GEMT possui um banco de questões imenso. Depois elabore resumos das matérias, em cima daquilo que estatisticamente mais cai. Faça resumos enxutos e coloridos. Você precisará deles dez dias antes das provas. Eles serão o mapa da mina. Acredite em mim: isso vai te garantir sucessivas aprovações. Sucessivas.

2a fase: leia questões resolvidas e responda questões. A segunda fase exige um nível de maturidade jurídica interessante. Não basta ler o Ministro Maurício Godinho ou algum outro doutrinador maçudo. Você precisa entender a matéria e saber se posicionar. Então leia livros que te façam refletir e pensar. Não precisam ser curtos, tampouco longos. Leia aquilo que te faça pensar. Após formar uma base – eu prefiro que seja durante – treine. Como? Pare de se iludir. Você precisa saber como os campeões resolvem questões dissertativas. Onde encontrar? Bem, você já enontrou: GEMT. Vamos fazer uma breve pausa para falar do GEMT.

VII – GEMT - “HOW TO USE”

Mais do que um curso, o GEMT é um método de estudo participativo. Você receberá questões atuais e interessantes toda a semana. E terá que resolvê-las. As melhores irão para uma espécie de ata, na qual você garimpará os principais argumentos para incrementar as suas. As muito melhores irão para a ata “Express”, sintética e fundamental para estudos às vésperas das provas dissertativas.

“Ai, Paulo, mas eu conheço um monte de gente que fez GEMT e não passou”. Olha, eu ouvi isso mais de uma vez. Até conheci algumas pessoas que realmente disseram que fizeram e não passaram. Mas eu tomei o cuidado de sondar essas pessoas e descobri uma característica comum: elas não faziam GEMT. Fazer GEMT é participar do GEMT. É resolver questões e dar o melhor de si, colocar os melhores argumentos, as melhores informações, como se fosse tua prova da vida.

Pare de se iludir, eu repito.

Treine no tempo. Se possível, menos do que o de prova. Só use o que é autorizado a usar em prova.

Mas o GEMT é bem mais do que isso. O GEMT é um universo de informações e ferramentas tão grande que nem o querido Davi deve conhecer todas. Então vamos ao fundamental:

1) Leia todos os depoimentos e resuma as dicas mais importantes. Eu disse todos e eu disse resuma. Quer passar ou ficar?

2) Ouça todos os áudios com dicas do Davi e os demais que tiverem e resuma tudo.

3) Assista as aulas do GEMT. Vá aos poucos, comece por aquilo que sabe mais. Passar é estratégia: sempre foque no que você não sabe. Eu não sabia nada de execução ou coletivo. Hoje são matérias que amo e domino. Quando caíam na dissertativa, eu passeava e tirava notas espetaculares. O GEMT possui aulas de várias matérias importantes.

4) Leia atas antigas. As questões se repetem. Leia atas express antigas, com atenção, e extraia das melhores respostas duas coisas: forma e conteúdo. Acredite, se sua resposta não estiver dentro do modelo introdução, desenvolvimento e conclusão, suas chances de ser aprovado serão muito reduzidas. Sobre este tema, eu precisaria de um livro. Que talvez escreva.

5) Explore o GEMT. Não, não é ficar incomodando a já atribulada Ciça. Você sabia que existe um enorme banco de resumos elaborados por colegas mais antigos, quase todos aprovados? Este material está lá no site... escondido. Vá procurar!

6) GEMT: ou tudo, ou nada. Sempre escolhi o melhor dos planos e estou absolutamente satisfeito. Foram dois anos pagando todas as ferramentas e usando todas elas. Vou ser bem claro: mergulhe no GEMT. Faça correção de sentença, de dissertativa, de tudo. O GEMT é uma máquina de aprovação e isto não é brincadeira. Você vai entrar num ritmo que vai dar tanta empolgação, mas tanta, que o caminho vai ser maravilhoso. E isso é sério!

VI – AS FASES DO CONCURSO – continuação

A 3a fase é a fase de sentença, como nós sabemos, que poderia ser graficamente representada por uma ceifadeira ou por uma foice. Enfim, sem ilusões, como regra geral, esta fase é delicada. Ela será menos delicada para quem reunir as seguintes qualidades: experiência na redação de sentenças, capacidade de organização de muitas informações com rapidez e lógica precisa e de apresentar um bom feijão com arroz. Sentença, muito menos de concurso, não é lugar para doutrinar. Ah, acha difícil reunir todas essas qualidades? Eu também.

Mas não existem atalhos, meus queridos. Existem técnicas. Vamos a elas:

1) Treine compulsivamente. O GEMT pode resolver esta dificuldade. O melhor, na verdade, é centralizar tudo em um lugar. O GEMT permite isto. Treine por aqui. Corrija sua prova. Compare com a dos colegas.

2) Crie seu banco de modelos. Abra um documento no word e vá lá: questões processuais, preliminares, prejudiciais, etc. E vá preenchendo. Não, você não poderá utilizar nos treinos. Levar na prova também não, a menos que tenha enorme interesse em conhecer as dependências de uma Delegacia da Polícia Federal.

3) Seja Juiz. Tente entender uma coisa: existem pessoas sérias que formularam uma prova para selecionar um Juiz. Coloque-se no lugar deles. Não estou brincando. Eles não querem que você despeje conhecimento. Eles querem que você julgue. É claro que é importante ter uma idéia do que a banca pensa. Digamos que seja uma banca muito progressista. Não seria muito inteligene dizer que o dano moral não é digno de reparação pecuniária, ou que a CLT é uma norma programática. Vá com calma. Julgue de fato – eu só comecei a passar quando fiz isso – mas dentro de um modelo plausível juridicamente. Aos poucos, vá pinçando alguns aspectos mais pessoais. Isto demonstra personalidade e será bem visto. Mas antes garanta o feijão com arroz, porque é isto que passa. Doutrina voc ê deixa para a LTr.

Estes são os pontos centrais da sentença.

VIII – EU NÃO SEI NADA

Bem, você provavelmente entende do que estou falando. Estamos na prova oral e você tem certeza absoluta de que é uma fraude e não sabe absolutamente nada.

Vamos aos fatos.

A chance de isso acontecer – você chegar nessa etapa sem saber nada de nada - é realmente insignificante estatisticamente. Você foi aprovado em uma série de provas que filtraram drasticamente os melhores. Sim, você não é tão ruim quanto pensava. Você sabe, e sabe mais do que imagina.

Mas... existe uma chance, insignificante, de que você realmente tenha enganado todo mundo. Neste caso, você é um gênio e não vai fazer mal nenhum à Magistratura. Vamos seguir em frente e acabar com isto de uma vez.

Prova oral é momento de paz e tranquilidade. Sorria, divirta-se, leia sobre os assuntos que menos sabe, especialmente com base em resumos de concursos anteriores. Treine bastante, para perceber que não é nenhum monstro. E procure profissionais qualificados. Eles realmente podem te ajudar.

IX – VOCÊ É UMA PESSOA

Eu falei em divertir-se na prova oral. Talvez você esteja achando algo impraticável. Parabéns. Por mais difícil que seja acreditar nisto, o candidato à Magistratura é uma pessoa. Isto significa que você precisa cuidar de você, ou a jornada vai ser exaustiva a ponto de tirá-lo do páreo. Vamos aos pontos essenciais:

1) Cuide da sua saúde física.

Alimente-se bem. Procure um nutricionista, ou algum outro profissional habilitado. Fará toda a diferença.

Pratique esportes. Você se sentirá uma diferença impressionante no humor. A liberação de endorfina fará toda a diferença do mundo. Você terá o crédito de melhorar sua condição física, com reflexos impressionantes na auto-estima. E, acredite, isto melhorará seu desempenho nas provas. Além disso, sua capacidade de reter informações e dormir com qualidade será incomparavelmente melhor. Para ter uma idéia, durante certo período eu pratiquei natação, corrida, musculação e jiu-jitsu. Trabalhando muito. Acredite em mim: oito horas de estudo só podem funcionar a curtíssimo prazo. Duas horas de estudo sério e disciplinado, focado, objetivo, voltado à aprovação, garantirão resultados surreais na hora da verdade.

2) Cuide da sua saúde mental e espiritual.

Pratique yoga ou meditação e tenha fé. Este foi um dos pontos em que mais falhei. E isto pode ter atrasado bastante minha aprovação. Não subestime estes fatores. Procure um profissional – e isto inclui um sacerdote, um pastor ou um monge. Fará toda a diferença.

Uma dica fundamental: dê um jeito de ficar pelo menos mais um dia após a prova para conhecer a cidade. Se for no litoral, fique mais dois. Negocie no trabalho, faça qualquer coisa. A razão? Psicologicamente, isto informa ao cérebo que ele terá uma recompensa toda vez que for para aquele lugar... então ele vai lutar pelas próximas fases, inconscientemente.

3) Trabalhe.

Eu trabalho desde que iniciei a faculdade e nunca mais parei. Sei que alguns colegas passaram trabalhando pouco. Não foi meu caso. Eu acredito sinceramente que o trabalho foi fundamental para minha aprovação. Aumenta a auto-estima e dá noção de objetividade, especialmente se for na área do Direito.

4) Seja estratégico.

O Brasil é um país maravilhoso, mas é também um país que oferece riscos sérios a quem não se dedica com firmeza à construção de um futuro profissional sólido. Nós não vivemos na Escandinávia. Aqui a vida para profissões menos prestigiadas é extremamente difícil. Então, por favor me ouça, acorde. Por favor, acorde. Acorde e comece agora a pensar e criar uma estratégia para resolver sua vida. Você gostaria de resolver os problemas do mundo? Eu também. Mas antes resolva os seus.

Pense com estratégia. Seja realista. Suas economias estão curtas? Busque aprovação em algum concurso que lhe dê as bases para seguir adiante. Sente necessidade de prática? Assista audiências trabalhistas. Eu estou ordenando que você deixe de lado o romantismo. Deixe o romantismo para servir de força para a caminhada. Mas organize sua vida detalhadamente. Planeje tudo. Estabeleça metas, com prazos.

Vou exemplificar.

Você acabou de se formar e quer ser Juiz do Trabalho.

São três anos de experiência pela frente.

O ideal é que já tenha sido aprovado em concurso de Tribunal, onde possa exercer função exclusiva de Bacharel, ou seja, advogado.

Seja honesto consigo mesmo. Este é o ponto principal.

X - QUEM É O JUNIOR

Por razões diversas, tive que estudar a vida inteira em Escola Estadual Pública. Para minha sorte, fugia da aula para ficar na biblioteca lendo os livros que me interessassem. Nunca fui um aluno exemplar. Mas era muito curioso.

Saí do colégio e sonhava ingressar no Direito da UFRGS. Vindo de escola pública, era um sonho bem pretensioso. Mas venho de uma família tradicional, com familiares formados lá. Se eles conseguiram, eu também conseguiria. Mas precisaria de um cursinho preparatório. E meu pai não podia pagar.

Eu tive que aprender uma lição muito importante na vida. O orgulho é o sentimento dos perdedores. Os vencedores não são orgulhosos. Eles simplesmente são vencedores. Então eu bati de porta em porta de cursinhos preparatórios, tentando trabalhar para estudar. E consegui. No melhor de todos.

Foi um ano terrível. Trabalhava a manhã inteira, desde muito cedo. Uma hora para almoçar. Almoçava o máximo que podia. O dinheiro era curto, realmente curto, e faria diferença essa alimentação, que meu querido pai custeava. Eu sentava na primeira fila, para evitar dormir. Os professores, maravilhosos, brincavam comigo para não cochilar, porque sabiam da minha dificuldade. Meus colegas, oriundos das melhores escolas, estavam ali para revisar. Eu, para aprender. Tudo, praticamente. Mas eu estava imensamente feliz por ter aquela oportunidade.

1h42min por dia, era meu tempo de estudo. Saía da aula e estudava isto na biblioteca. Organizava os estudos milimetricamente. Não conversava, só estudava.

Um ano assim.

Foi muito difícil.

Chega o dia do vestibular. Imaginava que tinha feito uma péssima prova de exatas. Neste dia, outro aprendizado: o professor de cursinho coloca uma música tradicional do sul, que dizia que o gaúcho não se entrega nunca. Eu pensei: posso estar deitado no chão, coberto de sangue, mas vou lutar até o último fôlego. E no dia seguinte estava lá, firme e seguro como um leão. E assim foi até o último dia.

Sai o resultado. Com o jornal na mão, eu vou para a beira da praia, onde estava, e peço a Deus que me traga um novo tempo. Porque estava muito difícil, e eu não era uma pessoa ruim. Vi o sol nascer. Abri o jornal. Li: Paulo Roberto Dornelles Junior.

“Passou um homônimo!”.

Bem, anos depois, já cursando a faculdade, eu descobri que era eu mesmo.

Você pode imaginar que minha faculdade não foi fácil. Não foi mesmo, porque ninguém fica rico porque é aprovado em uma Universidade Federal. Eu precisei lutar, muito, e com estratégia. Trabalhei durante toda a faculdade. Tive muitos momentos de dolorosa dificuldade. Mas eu decidi que venceria.

Eu estou aqui, meu amigo, para segurar tua mão e dizer: VOCÊ CONSEGUE. Por favor, eu peço do fundo do coração, por favor acredite em mim: VOCÊ CONSEGUE. Eu consegui!

XI – MUITO OBRIGADO

Minha forma de agradecer ao mundo pela vida maravilhosa que tenho é partilhar tudo o que eu sei. Sempre fui assim. Foi assim que eu ajudei todos meus amigos nessa jornada de concurso. Estão praticamente todos aprovados. Não posso citar nomes aqui, porque vou esquecer um monte. Este relato é uma forma de ajudar, ainda que minimamente, com as experiência que tive. Eu tenho muito mais para dizer. Mas vou ter que gravar em vídeo e mandar para o GEMT. Porque não escrevo? Porque hoje sou Juiz do Trabalho Substituto no TRT da 14ª Região e, para incrementar minhas tarefas, estou na prova oral do TRT da 8ª Região, dois concursos de dificuldade extremamente grande. Então, ainda tenho trabalho pela frente.

Eu queria agradecer uma pessoa. Uma pessoa que, igual a mim, concluiu que passar nesse concurso dependia de estratégia. E criou um grupo de amigos para partilhar respostas de segunda fase. Esse grupo cresceu um pouquinho e virou um curso. Esse sujeito, para quem não sabe, já chegou a uma prova oral e decidiu que a vida dele seria melhor ajudando os outros. Hoje ele é muito bem-sucedido e merece tudo o que conquistou. Ele sabe que isso não é bajulação. É porque penso mesmo. Dele e de toda a sua equipe maravilhosa: Ciça, Hevelin e demais.

Davi, muito obrigado. Mesmo. Te devo um churrasco.

Paulo Roberto Dornelles Junior

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