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MPT: Evento discute prevenção a acidentes de trabalho no estado

28 de abril de 2014

Número de vítimas no Ceará tem crescido ano a ano, contrariando média nacional

Fortaleza – O Ceará registrou 13,3 mil acidentes de trabalho em 2012, segundo último levantamento realizado pelo Ministério da Previdência Social sobre o tema. Das 2, 7 mil mortes por acidentes de trabalho verificadas no Brasil naquele ano, 57 foram no estado.

Para refletir sobre a gravidade destes números, no dia 28 de abril – Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho e Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho – o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e outras entidades que atuam na defesa do meio ambiente de trabalho estarão reunidas para discutir o problema com a sociedade. O evento será no auditório José Flávio, da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), às 17h30.

“Mais do que meras estatísticas, são milhares de cidadãos vitimados pelo descumprimento das normas de saúde e segurança no trabalho num contexto econômico em que ainda prepondera a preocupação das empresas com a obtenção de maiores patamares de lucro, em detrimento do bem maior que é o bem-estar dos seus trabalhadores”, observa o procurador do Trabalho Carlos Leonardo Holanda Silva, coordenador regional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (Codemat) no Ceará.

Ele ressalta que a situação cearense é particularmente ainda mais preocupante porque, enquanto nacionalmente os números começam a apresentar uma lenta redução nos últimos anos, as estatísticas se mostram crescentes no estado. Em 2010, o Brasil teve 729,4 mil acidentes de trabalho, mas que foi reduzido para 724,1 mil em 2012. No Ceará, as ocorrências saltaram de 12,6 mil em 2010 para 13,3 mil em 2012.

Adoecimento – Carlos Leonardo ressalta que os acidentes de trabalho e as doenças relacionadas ao trabalho provocam impactos sociais, econômicos e na saúde pública. “Além dos milhares de casos que resultam em morte de trabalhadores, outros milhares são afastados anualmente de suas atividades, temporária ou definitivamente, provocando gastos bilionários no pagamento de benefícios previdenciários”, frisa. Em 2012, o Brasil registrou 14,7 mil acidentes de trabalho que resultaram em incapacidade permanente.

A Organização Mundial de Saúde estima que, no planeta, as vítimas fatais de acidente de trabalho e doenças ocupacionais chegam a dois milhões por ano, uma média de 5,5 mil mortes diárias (três a cada minuto). No campo das doenças relacionadas ao trabalho, ainda é grande a incidência em agricultores que trabalham com aplicação de agrotóxicos sem utilização de equipamentos de proteção individual necessários e exigidos por lei.

Outras categorias como digitadores, bancários e empregados em áreas administrativas sofrem de Lesões por Esforços Repetitivos (Ler) e Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho (Dort) e são obrigados a se licenciar de suas atividades em razão de fortes dores.

Fonte: www.pgt.mpt.gov.br

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