Estudo da OIT foi apresentado terça (20). Luís Camargo defendeu aprovação de PEC que prevê expropriação de terras onde haja trabaho forçado
Brasília – O lucro das empresas que exploram o trabalho escravo em todo o mundo é estimado em US$ 150 bilhões ao ano. Os números fazem parte de um relatório apresentado nesta terça-feira (20) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), em cerimônia realizada no Tribunal Superior do Trabalho. Na ocasião, o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, ressaltou a importância da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 57-A, a ser votada no dia 27 deste mês no Senado Federal, que prevê a expropriação de terras onde haja incidência de trabalho escravo.
Para a diretora do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo, “o trabalho forçado é um dos crimes mais lucrativos do mundo. Ele não ocorre somente em países em desenvolvimento, em países pobres, hoje a atividade faz parte da dinâmica de empresas modernas”, alertou.
Em sua fala, o procurador-geral do Trabalho, Luís Camargo, reiterou a necessidade de aprovação da PEC. “Se há um país que tem contribuído ao enfrentamento do trabalho escravo, esse país é o Brasil. A aprovação da PEC 57-A representará a consolidação de uma ferramenta importantíssima, pois decreta a pena de perdimento de bens onde exista essa chaga, que é o trabalho escravo no país”.
Relatório – De acordo com o Relatório da OIT, cerca de 21 milhões de homens, mulheres e crianças se encontram em situação de trabalho forçado atualmente. Desse total, 22% são vítimas de exploração sexual. As empresas privadas são as líderes em exploração do trabalho escravo – 90% do lucro são a elas destinadas. No panorama global, a Ásia concentra a maioria dos lucros, sendo que dois terços dos ganhos nessa região têm origem na exploração sexual. É no Pacífico Asiático, especialmente, onde há o maior número de trabalhadores explorados: 12 milhões ou 56% do total.
O relatório analisa tanto o lado da oferta quanto da demanda por trabalho forçado. Baseia-se em dados primários e, pela primeira vez, fornece evidências sólidas da correlação entre trabalho forçado e pobreza. Para desenvolver a estimativa, a OIT utilizou dados econômicos armazenados no Banco de Dados Global 2012 e outros dados econômicos.
Fonte: www.pgt.mpt.gov.br